Dia 19 de outubro de 2014 (526)
29º Domingo do Tempo Comum
Lemos hoje o proverbial episódio em que Cristo sentencia: “Dai a Deus o que é de Deus, e a César o que é de César” (Mt 22,15-22).
Fariseus e herodianos puseram esta questão provocativa: “É lícito pagar tributo a César?” Esta questão foi muito bem tramada, para que Jesus dela não pudesse escapar. Se dissesse “sim”, seria mal visto pelo povo, pois indicaria que estava aliado aos opressores estrangeiros; se respondesse “não”, seria considerado um rebelde e agitador do povo contra a autoridade do César romano, que era então Tibério.
Os herodianos constituíam um partido politicamente favorável à dinastia de Herodes, às suas tendências liberais, e favoráveis à autoridade romana. Em matéria religiosa, eram afins aos saduceus. (Os saduceus não creem na ressurreição… Mt 22,23.)
A resposta de Jesus, na verdade, não foi totalmente original, mas conclusão da doutrina e da lógica de então. Segundo as normas rabínicas e o costume, aceitar e usar o dinheiro romano nos contratos, era na verdade um reconhecimento da autoridade do imperador. Mas os deveres com a autoridade civil não dispensam dos deveres para com Deus. Os direitos divinos estão acima de todas as leis sociais e outras contingências.
Pois é. Todos sabem que o exercício da autoridade é sempre problemática. Mas, em geral, reflete o modo de ser do povo. Por um lado, é impossível satisfazer a todos os interesses pessoais… Por outro, com facilidade e frequência algumas autoridades se tornam insuportáveis. Mas, na história, há reis e rainhas santos… como São Casimiro, que foi rei da Polônia, e cujo corpo está incorrupto; e Santa Isabel, rainha de Portugal, também com corpo milagrosamente incorrupto, exclusividade católica.
Um bom domingo a todos.